As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
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02/08/2022 | Ano 24
As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
Desmatamento e pedidos de mineração disparam em Terras Indígenas com isolados no Mato Grosso
Terra Indígena Arara do Rio Branco teve o maior perda de floresta desde o início do monitoramento do ISA. Durante os meses de maio e junho de 2022, 142 hectares foram desmatados em Terras Indígenas com presença de povos isolados, segundo o boletim Sirad-I do ISA. A extração da madeira ilegal e a expansão do garimpo são as principais causas do aumento exponencial do desmatamento que ameaça a vida dos isolados
As pistas da destruição
Na Amazônia Legal, há 362 pistas de pouso e decolagem clandestinas — ou seja, sem registro na Agência Nacional de Aviação, a Anac —, em volta das quais há rastros de desmatamento por mineração de ouro. Mas o número mais do que triplica se considerarmos todas as pistas abertas sem autorização e registro na Amazônia Legal: 1.269 vias para pouso e decolagem. Esse número supera o de pistas registradas na região, que chegou a 1.260 em abril deste ano. Os dados foram consolidados em 1º de maio. O levantamento inédito de pistas clandestinas na Amazônia é resultado de uma colaboração do Intercept com o Pulitzer Center e a organização não-governamental americana Earthrise Media, que reuniu os dados a partir de imagens de satélite da Amazônia Legal coletadas em 2021
The Intercept, 02/08.
Coordenador da Funai no Javari pede demissão; é a sexta troca em três anos
O ocupante do principal cargo da Funai na Terra Indígena Vale do Javari – em razão da qual foram assassinados, em 5 de junho, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips – pediu demissão em meio ao clima de grande insegurança entre os servidores do órgão naquela região do Amazonas. Além de Bruno e Dom foi assassinado o colaborador da Funai Maxciel Pereira, em 2019, eventos traumáticos que tornaram o dia a dia dos servidores da Funai na região um foco constante de tensão e preocupação. É a sexta vez, durante o governo de Jair Bolsonaro, que há uma mudança no cargo, sintoma da grande instabilidade administrativa provocada pelas decisões do comando da Funai, em Brasília, e que atinge o cotidiano das atividades da Frente, segundo indigenistas consultados pela Agência Pública. Por Rubens Valente
A Pública, 29/07.
Nota do Cimi Sul em decorrência da entrega de territórios indígenas, pelo estado do Rio Grande do Sul, à iniciativa privada
As áreas ocupadas pelos indígenas, agora pertencem a empresa vinculada à exploração madeireira e de minério; a entidade questiona como ficará a relação dos indígenas e os empresários
Cimi, 01/08.
Povos da Floresta: Depoimento de Davi Kopenawa
Liderança Yanomami e escritor, Davi Kopenawa fala sobre preservação da cultura dos povos originários e luta pela proteção da Amazônia. Em 2022, comemoram-se três décadas da demarcação da Terra Indígena Yanomami, reserva com área superior a 9 milhões de hectares de Floresta Amazônica, entre os estados de Roraima e Amazonas, na fronteira com a Venezuela. A homologação foi feita pelo então presidente Fernando Collor de Mello, em 25 de maio de 1992, dias antes da realização da Eco-92, no Rio de Janeiro [leia matéria publicada na Revista E nº 308, de junho de 2022]. Um dos maiores líderes políticos e porta-voz do povo Yanomami, que lutou durante décadas por essa conquista, é o escritor e xamã Davi Kopenawa
Sesc SP, 31/07.
Júri do Tribunal Permanente dos Povos condena Estados e empresas por genocídio de povos do Cerrado; estado e PM do MS estão na lista pelo massacre do Povo Guarani e Kaiowá
No último dia 10 de julho, o júri do Tribunal Permanente dos Povos (TPP) em Defesa dos Territórios do Cerrado condenou estados e empresas pelo crime de ecocídio do cerrado e genocídio de seus povos. Os massacres históricos do povo Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul compuseram um dos 15 casos analisados e julgados pelo júri. O veredito foi apresentado ao vivo na tarde do dia 10 de julho, e seu resumo acaba de ser divulgado
Cimi, 01/08.
MPF pede na Justiça maior celeridade para identificação e demarcação de terra indígena Kaingang em Pontão (RS)
O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública, com pedido de antecipação de tutela, em desfavor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da União por conta da demora em iniciar e concluir o procedimento destinado à identificação e delimitação de território referente à comunidade indígena Kaingang de Pontão. Atualmente, a comunidade está acampada em imóvel da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul), localizado no município de Passo Fundo
MPF, 29/07.
Pesquisa usa inteligência artificial para apontar área prioritária de combate ao desmatamento na Amazônia
Um método desenvolvido por pesquisadores brasileiros com base em imagens de satélite e inteligência artificial mostra que a área prioritária das ações de combate ao desmatamento poderia ser 27,8% menor do que a dos 11 municípios atualmente monitorados pelo governo federal no Plano Amazônia 2021/2022. Esse monitoramento, porém, deixa de considerar novas fronteiras de derrubada da floresta, que extrapolam os limites desses municípios-alvo. Pesquisa publicada em junho na Conservation Letters, uma revista da Society for Conservation Biology, aponta que as regiões com as maiores taxas de desmatamento na Amazônia, classificadas de “alta prioridade”, englobam 414.603 km2 neste ano, ante a área total incluída no plano que, somando todos os municípios, é de 574.724 km2. Ou seja, a área a ser monitorada seria 160 mil km2 menor, uma extensão similar à do Suriname
Agência Fapesp, 02/08.
Repórter Brasil media debate sobre impactos socioambientais do setor de biocombustíveis na Amazônia
Evento fez parte do X Fórum Social Pan-Amazônico, que ocorreu entre 28 e 31 de julho em Belém; participantes conversaram sobre violações de direitos e danos ambientais decorrentes da produção de combustíveis ‘sustentáveis’ na região. No último sábado (30), a Repórter Brasil mediou um debate sobre os impactos sociais e ambientais da produção de biocombustíveis na Amazônia. A mesa de discussão fez parte da programação da 10ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), tradicional evento que reúne integrantes de movimentos sociais, comunidades tradicionais, pesquisadores e ativistas em defesa da Amazônia e dos povos da floresta. Na ocasião, a Repórter Brasil apresentou os resultados de investigações desenvolvidas há 20 anos sobre o setor. Por Catarina Barbosa
Repórter Brasil, 01/08.
Justiça Federal extingue ação que proíbe barreiras em Terra Indígena Raposa Serra do Sol
A Justiça Federal, em decisão publicada nessa segunda-feira (1º), extinguiu a ação que proíbe barreiras feitas por indígenas na RR-319 e também na RR-171, ambas na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, ao Norte de Roraima. A ação foi extinguida sem resolução de mérito. O documento é assinado pelo juiz Felipe Bouzada Flores Viana, da 2ª Vara Federal. A ação, de autoria do juiz da 5ª Vara Cível, César Henrique Alves, que proibia as barreiras foi publicada no dia 17 de agosto de 2021. A época, foi determinado que o Conselho Indígena de Roraima (CIR) liberasse, em até 24h, a passagem de veículos de não-indígena nas rodovias. Juiz Felipe Bouzada Flores Viana considerou que as atividades são realizadas por conta da "omissão do Estado
g1 RR, 02/08.
“Os alimentos são importantes demais para serem deixados nas mãos de milionários”.
Resistir ao furacão da globalização parece impossível em um mundo que avança na modificação genética para uso na agricultura, na consolidação de cultivos intensivos e nos alimentos processados, mas Vandana Shiva, a grande ativista da biodiversidade e do ecofeminismo, parece ter conseguido essa façanha. Entrevista com Vandana Shiva
IHU On-Line, 02/08.
Indigenista que se exilou em Roma diz que teria mesmo destino de Bruno Pereira se ficasse no Brasil
Responsável pelo protesto que fez o presidente da Funai abandonar um evento em Madri em julho, o indigenista Ricardo Henrique Rao, que deixou o Brasil em 2019 após denunciar o envolvimento de policiais em crimes contra povos indígenas, sofreu um infarto cerca de uma semana após o embate com o antigo chefe. Rao, 51, atribui o problema cardíaco ao estresse causado pelas ameaças contra sua mulher e seu filho de 4 anos. Os ataques nas redes sociais começaram depois da repercussão de sua intervenção no evento na Espanha. Na ocasião, ele chamou o presidente da Funai de miliciano e assassino, responsabilizando Marcelo Xavier pelas mortes de Bruno Pereira e Dom Philips
FSP, 02/08, Ambiente.;Yahoo.com, 02/08.
AMAZÔNIA
Amazônia tem aumento de 8% nos incêndios em julho em comparação ao ano passado, apontam dados do Inpe
A Amazônia registrou 5.373 focos de incêndio em julho, apontam dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). O número é um aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 4.977 pontos de fogo foram detectados. Ao mesmo tempo, o número de focos é 21% menor do que o visto em julho de 2020 – quando a Amazônia registrou 6.803 focos de calor. O recorde para o mês é de 2005, quando foram detectados 19.364 pontos de incêndio
g1, 01/08.
Ibama de Bolsonaro está destruindo a Amazônia
Na contramão da Amazônia que precisamos, os alertas de desmatamento no bioma neste primeiro semestre foram os mais altos já registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): 3.988 Km2. Esse recorde de destruição é mais uma consequência da agenda antiambiental promovida pelo governo Bolsonaro, que resultou, por exemplo, na fragilização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Às vésperas da temporada de fogo, novas regras do Ibama deixam a maior floresta tropical do mundo ainda mais exposta a queimadas e desmatamento
Greenpeace, 01/08.

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