As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
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24/06/2020 | Ano 24
As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
Mães Yanomami imploram pelos corpos de seus bebês
Três mulheres vivem um horror para o qual será preciso inventar um nome. Elas são Sanöma, um grupo da etnia Yanomami, e sua aldeia, Auaris, fica no que os brancos chamam de Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Elas não compreendem a ideia de fronteira, para elas a terra é uma só —e não tem cercas. Elas não falam português, elas falam a sua língua. Em maio, essas mulheres e seus bebês foram levados para Boa Vista, capital de Roraima, com suspeitas de pneumonia. Nos hospitais, as crianças teriam sido contaminadas por covid-19. E lá morreram. E então seus pequenos corpos desapareceram, possivelmente enterrados no cemitério da cidade. Duas das mães estão com covid-19, amontoadas na Casa de Saúde Indígena (CASAI), abarrotada de doentes. Lá, corroídas pelo vírus, elas imploram pelos seus bebês
El País, 24/06.
Dos frigoríficos às plantações de cana: como o agronegócio expôs indígenas à covid-19
Com 1ª morte de indígena confirmada na última quinta na Reserva Indígena de Dourados, contágio de trabalhadores guarani pelo coronavírus começou em frigorífico da JBS, mas continua colocando em risco outras comunidades por conta do trabalho fora das aldeias. Empresas grandes afastaram funcionários indígenas, mas, para especialistas, demoraram a agir
Repórter Brasil, 24/06.
Íntegra das respostas da reportagem sobre frigoríficos e indígenas
Confira as respostas de Raízen, JBS e Rio Amambai sobre a matéria de como o agronegócio expôs indígenas à covid-19. Os posicionamentos são referentes à reportagem Dos frigoríficos às plantações de cana: como o agronegócio expôs indígenas à covid-19
Repórter Brasil, 24/06.
O coronavírus, a outra pandemia dos indígenas da América Latina
A pandemia está dizimando as comunidades indígenas da América Latina, alvo perfeito do coronavírus devido às defesas deficientes contra doenças e à negligência histórica de que são objeto. O anúncio da morte por COVID-19 do cacique brasileiro Paulinho Paiakã, defensor emblemático da Amazônia, trouxe à tona a tragédia que devasta muitos dos 420 povos nativos que vivem na Bacia Amazônica
AFP, 22/06.
Coronavírus: boletim da UFPB indica que 84 indígenas testaram positivo para Covid-19 na Paraíba
O balanço Povos Indígenas e Covid-19, divulgado pelo Observatório Antropológico do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) da UFPB, aponta que pelo menos 84 indígenas testaram positivo para o novo coronavírus. Conforme boletim divulgado na segunda-feira (22), são 81 casos de Covid-19 em pessoas do povo potiguara e três casos entre o povo tabajara
G1/PB, 23/06.
Cidade no Acre decreta luto de 3 dias após morte de cacique por Covid-19
O prefeito da cidade de Mâncio Lima, no interior do Acre, decretou luto oficial de três dias pela morte do Mário Cordeiro de Lima Puyanawa, de 77 anos. Ele foi o primeiro cacique da aldeia Barão, que fica na cidade, após o contato com os brancos
G1/AC, 23/06.
Morre Bekwika Metuktire, mulher do cacique Raoni, principal líder indígena do Brasil
Segundo a neta do casal, ela teve problemas cardíacos e não foi ao hospital com medo do coronavírus. Bekwika Metuktire, mulher do cacique Raoni e principal liderança indígena do Brasil, morreu de problemas cardíacos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (23) por Mayalú Txucarramãe, neta do casal. Segundo Mayalú, Bekwika morreu por não ter ido ao hospital, com medo da pandemia de coronavírus. Em mensagem nas redes sociais, ela conta que o avô está muito abalado com a perda da companheira de uma vida inteira
Revista Fórum, 23/06.
Com apenas 0,02% do orçamento da União, valor gasto pela Funai até junho é o mais baixo em dez anos
O orçamento total da Fundação Nacional do Índio (Funai) para este ano representa 0,02% do orçamento da União, que é de R$ 3,6 trilhões. Os recursos destinados ao órgão indigenista nunca foram suficientes para dar conta da demanda, e a cada ano são reduzidos ainda mais. Com a pandemia do novo coronavírus, a defasagem se somou à baixa execução orçamentária para aprofundar as dificuldades vividas pelos povos indígenas em seus territórios
Cimi, 23/06.
Indígenas que vivem isolados são vistos em sítio de Seringueiras, RO
Uma moradora de um sítio em Seringueiras, interior de Rondônia, levou um susto ao se deparar com um grupo de indígenas isolados. São nômades que não têm qualquer contato com brancos ou outros indígenas. O caso ocorreu na última semana
G1/RO, 23/06.
CNDH oficia Assembleia de Mato Grosso contra PLC 17, que viola direitos dos povos indígenas
Conselho Nacional de Direitos Humanos questiona projeto estadual que autoriza cadastro ambiental de fazendas sobrepostas a terras indígenas
Cimi, 23/06.
As táticas do governo brasileiro para sucatear órgãos de proteção ambiental
Desde o primeiro ano do governo, em 2019, Jair Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, conduzem uma política de combate às normas habituais de proteção ambiental. No discurso e em ações já concretas, o governo promete não demarcar mais terras indígenas, flexibilizar o uso das unidades de conservação e excluir grupos da sociedade civil de conselhos e fundos ambientais. Ibama e ICMBio, principais órgãos federais de controle, foram entregues a policiais militares. A redução de cargos e de coordenações regionais fragiliza a fiscalização nas áreas protegidas. A maioria dos servidores relata que vigora a “lei da mordaça” desde que Ricardo Salles assumiu o ministério. Funcionários vivem em meio a um clima de perseguição e ameaças, veladas ou não
Mongabay, 22/06.
Amazônia tem 23% de floresta em terras públicas registradas ilegalmente como propriedades privadas, aponta levantamento
A Amazônia tem 23% de floresta em terras públicas não destinadas registradas ilegalmente como propriedades privadas, aponta um levantamento do Instituto Pesquisa Amazônia (Ipam) e do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O percentual representa 11,6 milhões de hectares de florestas públicas "tomadas" ao longo de 21 anos (1997-2018). Ao todo, a Amazônia tem 49,8 milhões de hectares de florestas sem destinação
G1, 24/06, Amazônia.
Ibama aplica o menor número de multas em 21 anos
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) registrou 2.518 autuações ambientais de janeiro a maio. É uma queda de 54% em relação ao mesmo período de 2019. O 1º ano de governo do presidente Jair Bolsonaro já havia registrado a menor marca desde 2000. O valor dos autos de infração caiu para R$ 390 milhões. No mesmo período de 2019, foi de R$ 1,06 bilhão. A queda foi de 63%. Por orientação do Ibama, o Poder360 fez a comparação incluindo autuações que ainda não estão em processo de cobrança. Novas regras do fim de 2019 fizeram com que os autos demorem mais para entrar nessa fase
Poder 360, 24/06.
Projeto da Belo Sun de explorar ouro na Amazônia é inviável, diz estudo
Novo parecer técnico mostra que o projeto da mineradora Belo Sun na Volta Grande do Xingu tem falhas estruturais gravíssimas. Estudos da mineradora não incluíram os possíveis impactos sísmicos na barragem de rejeitos a ser construída nem os impactos cumulativos com a barragem da usina de Belo Monte. Planejado para ser um dos maiores projetos de exploração de ouro da América Latina, a proposta da Belo Sun atinge diversas terras indígenas em uma área de alta biodiversidade na Amazônia
Mongabay, 23/06.
Operações da hidrelétrica de Balbina causam morte de árvores centenárias na Amazônia, aponta pesquisa
Trinta anos após a instalação da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, distante 128 quilômetros de Manaus, uma pesquisa mostrou que as operações da usina vêm alterando, ao longo dos anos, o regime de inundação (subida e descida anual das águas) do Rio Uatumã, afluente do Rio Amazonas. As mudanças estariam causando a morte de árvores centenárias da Amazônia que dependem da ação dos rios
G1/AM, 23/06.
Saúde Yanomami denuncia à PF conflito entre indígenas e garimpeiros em Roraima
O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Y’ekuana (Condisi-Y) está apurando uma denúncia de conflito armado, na manhã do dia 14 de junho, entre indígenas e garimpeiros na comunidade Xaruna, que fica região da Serra do Parima, município de Alto Alegre, em Roraima. Júnior Hekuari Yanomami, presidente do Condisi-Y, disse à agência Amazônia Real que recebeu a denúncia via radiofonia nesta terça-feira (23), em Boa Vista, capital do estado. “Dois indígenas yanomami morreram baleados por garimpeiros e outros ficaram feridos”, disse
Amazônia Real, 23/06.
Governo do estado impetra mandado de segurança para afastar atuação do MPF em fiscalizar ações de enfrentamento da covid-19
Após o Ministério Público Federal (MPF) enviar ofícios para que o estado de Rondônia prestasse informações acerca de medidas que pretende adotar quanto ao descumprimento do isolamento social e sobre a atual situação de hospitais privados de Porto Velho (RO), o estado impetrou mandado de segurança cível com pedido de liminar contra dois procuradores do MPF: Gisele Bleggi e Raphael Bevilaqua. A Justiça Federal (JF) indeferiu o pedido liminar de mandado de segurança, assegurando a prerrogativa dos procuradores em atuar no enfrentamento da covid-19
MPF, 23/06.

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