As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
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23/07/2021 | Ano 24
As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
'Vamos matar os Yanomami': relatos de um povo sob ataque
Abandonados à própria sorte, indígenas da região do Palimiú denunciam em documento que explosão do garimpo estabeleceu novo patamar de violência, marcado por ameaças de morte e milícias armadas encapuzadas
Organização Yanomami responde carta da Embaixada brasileira nos EUA a deputado que denunciou garimpo
Davi Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami, desmentiu declaração do embaixador Nestor Forster de que o Estado brasileiro estaria "protegendo" os indígenas
Massacre anunciado: coordenador da Funai ameaça “meter bala” em isolados no Vale do Javari (AM)
Fala de ódio se referia a isolados Korubo da região do Rio Ituí que, de tempos em tempos, entram em contato com grupos Marubo; veja esta e outras notícias no Fique Sabendo dessa semana
Grilagem avança em florestas públicas não destinadas na Amazônia
No primeiro semestre de 2021, um terço do desmatamento na Amazônia ocorreu nas florestas públicas não destinadas – áreas florestais que não tiveram seu uso decretado como unidade de conservação. Na Amazônia, as florestas públicas não destinadas se estendem por 60 milhões de hectares, o equivalente à soma dos territórios de Espanha e Portugal. A não destinação tem motivos técnicos, como a necessidade de um plano de manejo, mas também políticos: a floresta em pé é impedimento para o avanço da agropecuária e da mineração. Mais de 18 milhões de hectares de FPND foram declarados ilegalmente como imóvel particular no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural ; o número de registros é 232% maior em relação a 2016, apontando forte indício de grilagem
Mongabay, 20/07.
Ratinho, o fazendeiro (III) — Madeireiro, governador do Acre quer que empresas explorem florestas públicas
Bolsonarista Gladson Cameli é o autor do PL 225/2020, que atinge o Complexo do Rio Gregório, em Tarauacá (AC), onde o apresentador do SBT possui um latifúndio de 200 mil hectares; proposta é criticada por ambientalistas, extrativistas e indígenas. Sócio da madeireira Marmude Cameli desde 1997, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP-AC), pretende regularizar a exploração de florestas públicas por empresas privadas. O Projeto de Lei (PL) nº 225/2020, em tramitação na Assembleia Legislativa (Aleac), atende aos interesses do setor que ele representa. Por outro lado, vai na contramão do que defendem organizações de extrativistas e povos indígenas, que preveem sérios impactos socioambientais
De Olho nos Ruralistas, 22/07.
Representantes da Embaixada da Alemanha visitam o povo Karipuna, em Rondônia
Adido social da Embaixada alemã ressaltou o impacto causado pelos relatos de ameaças e da luta do povo Karipuna pela preservação de seu território. Nos últimos anos, a TI Karipuna tem sido alvo da ação sistemática de madeireiros e grileiros, que realizam a venda de “lotes” da terra demarcada para posseiros e o desmatamento de áreas com a intenção de estabelecer propriedades dentro do território tradicional. Devido à pressão desses invasores, a TI Karipuna é a 9ª terra indígena mais desmatada da Amazônia – e pode ser ainda mais impactada pela recente aprovação da Lei Complementar 1089/2021, que extinguiu 90% da Resex Jaci Paraná e mais de 20% do parque estadual Guajará Mirim
Cimi, 22/07.
“Os garimpeiros chegaram querendo guerra”, dizem indígenas Yanomami
“Primeiro chegaram oito homens a pé. No dia seguinte, eles vieram pelo rio e eram 30 pessoas, e depois mais 30. Na sequência vieram os aviões, que traziam mais gente e também carregavam gasolina, mangueira, motosserra e comida. Os homens chegaram primeiro, as mulheres vieram depois. Eles já têm geladeira, televisão, loja, cozinha coletiva e internet. Vieram armados, chegaram violentos, dizendo que não têm medo de ninguém e ameaçando os Yanomami. Eu estou falando dos garimpeiros, que chegaram querendo guerra.” O relato, dado com exclusividade à reportagem da Amazônia Real por telefone, é de uma liderança indígena da comunidade Komomasipi, região do Parafuri, na Terra Indígena Yanomami, onde, segundo ele, até maio de 2021 era uma área livre do garimpo. De lá pra cá, foi montada uma estrutura ilegal para extrair ouro da TI e as ameaças dos invasores contra os indígenas e invasores já começam a aparecer. “Eles tentaram afogar um Yanomami e andam pela aldeia dizendo que vão matar a gente”, completou a fonte, que terá o nome preservado para sua segurança
Amazônia Real, 22/07.
Nova estratégia quer elevar pressão contra Bolsonaro em Corte internacional
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será alvo de novas denúncias entregues por entidades brasileiras à promotoria do Tribunal Penal Internacional. Nas próximas semanas, novas informações sobre suas políticas serão submetidas aos escritórios da corte em Haia, na esperança de reforçar a tese de atos deliberados contra grupos específicos da população brasileira, em especial os indígenas. Quatro queixas diferentes já foram entregues à promotoria em Haia em dois anos, praticamente todas insistindo sobre a possibilidade de um crime de genocídio ou crimes contra a humanidade. Por Jamil Chade
UOL, 22/07.
A restauração florestal e seus efeitos na biodiversidade da Mata Atlântica
As iniciativas devem ser contínuas e uma estratégia para conexão de remanescentes, formando o que chamamos de corredores ecológicos, é vital para manutenção da biodiversidade. Isso deve ser feito através das áreas de preservação permanente, que são faixas de vegetação nativa, que devem ser mantidas ou restauradas, ao longo de nascentes, córregos e rios principalmente, permitindo assim o fluxo de fauna e flora, estabelecimento de uma série de relações naturais. A ciência aponta que a restauração florestal em larga escala na Mata Atlântica pode ser um alento para a sua biodiversidade e para muitos outros desafios que a humanidade encara neste século. O plantio de florestas do bioma mais devastado do Brasil protege espécies ameaçadas, sequestra carbono da atmosfera, garante a disponibilidade de água para as cidades, contribui com a polinização para a produção de alimentos e o bem estar da população. Por Rafael Bitante Fernandes, Aretha Medina e Cícero Homem de Melo Júnior
Conexão Planeta, 22/07.
Soluções baseadas na natureza são essenciais para combater mudanças climáticas e a perda de biodiversidade
A conservação de ecossistemas, como áreas florestais, pantanosas ou ocupadas por pastagens naturais, e a restauração de áreas já degradadas são essenciais para enfrentar, conjuntamente, dois dos maiores desafios globais atualmente: as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade. Essas soluções baseadas na natureza são especialmente importantes para serem implementadas no Brasil, uma vez que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do país, que impulsionam o aquecimento global, está associada a mudanças no uso da terra, lideradas pelo desmatamento para abertura de áreas de pastagem ou agrícolas. A prática provoca a liberação de gás carbônico armazenado nas plantas e também a fragmentação e perda de hábitats, apontadas como duas das principais causas de declínio de espécies mundialmente
Agência Fapesp, 22/07.
Mortes e alerta climático na Europa ampliarão pressão sobre Bolsonaro
As mais de 180 mortes na Europa por conta das chuvas e inundações dos últimos dias estão servindo como um alerta a alguns dos países mais ricos do mundo de que as mudanças climáticas desembarcaram em seus territórios e que eles terão de agir imediatamente. Ao visitar um dos locais mais atingidos, a chanceler Angela Merkel foi clara: "teremos de incrementar nossa luta contra as mudanças climáticas". Dias antes, foi o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte que, também adotou o mesmo tom. A própria Organização Meteorológica Mundial apontou que existem evidências cada vez mais claras de uma relação entre eventos extremos e mudanças climáticas causadas pela ação humana. Um dos temas que deve ganhar uma renovada atenção é a situação na Amazônia e a incapacidade do governo brasileiro de convencer a comunidade internacional que está compromisso em reduzir o desmatamento. Por Jamil Chade
UOL, 19/07.
Ambientalistas do Consema aprovam moção contra reabertura da Estrada do Colono
A bancada ambientalista do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo – Consema aprovou moção de repúdio contra o PL 984/2019, do deputado Vermelho (PSD/PR), que cria nova categoria de unidade de conservação no País – a Estrada Parque e institui a Estrada Parque Caminho do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu, na região de tríplice fronteira – Brasil, Argentina e Paraguai. Na prática, o PL do deputado altera a Lei 9.985/2000 que instituiu a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza– o SNUC e abre perigoso precedente para as demais áreas protegidas do País como parques, estações ecológicas, refúgios de vida silvestre, monumento natural, RPPNs e outras
Envolverde, 21/07.
Embaixador mente sobre STF e indígenas em carta a deputado dos EUA
O embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, desinformou e distorceu fatos em carta enviada no último dia 19 ao presidente da Comissão de Recursos Naturais da Câmara dos EUA, o deputado Raúl Grijalva (Democrata). No dia 30 de junho, o parlamentar publicou em seu perfil no Twitter uma manifestação de solidariedade com os indígenas brasileiros, vitimados pelas “máfias do ouro”. A postagem continha o link de uma reportagem da BBC narrando os ataques a tiros de garimpeiros a aldeias yanomamis e afirmando que as invasões se intensificaram no mandato de Jair Bolsonaro. Nestor Forster afirmou que Supremo “autorizou” governo a agir contra garimpeiros em terra yanomami; na verdade, Corte obrigou Executivo a atuar
FakeBook.eco, 22/07.
Embaixador dos EUA pede que Brasil apresente plano para cumprir promessas ambientais até novembro
Em seus últimos dias no cargo, o embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, defendeu nesta quinta-feira (22) que o governo brasileiro apresente até novembro —quando está marcada uma reunião global sobre clima— um plano detalhado sobre como o país pretende atingir os compromissos ambientais assumidos recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Este é o momento [do Brasil] de não ser o vilão e ser o herói [da agenda ambiental]. Este é o momento", declarou o diplomata. Na Cúpula do Clima, organizada pelo americano Joe Biden e realizada em abril, Bolsonaro prometeu alcançar a neutralidade climática até 2050 e acabar com o desmatamento ilegal até 2030
Yahoo.com, 22/07.;FSP, 22/07, Mundo.
Kerry faz crítica velada ao Brasil em discurso em Londres
O enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, afirmou na terça-feira (20) em Londres que alguns países estão aumentando o desmatamento e “continuando a cortar ilegalmente a floresta tropical”. Segundo o americano, esses países estão “removendo os pulmões do mundo, destruindo uma biodiversidade insubstituível e desestabilizando o clima, tudo ao mesmo tempo”. Os tais países não foram nomeados, mas o sujeito oculto da frase tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. Numa fala que não poupou elogios a grandes emissores do mundo em desenvolvimento, como China, Índia e África do Sul – e que mencionou de forma positiva até mesmo aos vilões clássicos do clima Arábia Saudita e Rússia –, o Brasil apareceu apenas de forma velada, e mal na fita
Observatório do Clima, 20/07.
Dividir para conquistar: Bolsonaro estimula disputa interna de indígenas em prol do agronegócio
Indígena ligado a ruralistas é recebido com pompas pela Funai, mas lideranças dizem que ele não representa a comunidade. Um encontro em Brasília entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e um apoiador indígena provocou atritos entre habitantes da Terra Indígena (TI) Enawanê-nawê, no noroeste do Mato Grosso, e evidenciou como o governo federal age para estimular divisão interna dos povos originários. Dodoway Enawanê-nawê foi levado a Brasília no dia 13 de julho pelo vereador bolsonarista Norberto de Paula Junior (DEM), da cidade de Brasnorte, noroeste de Mato Grosso
Brasil de Fato, 23/07.
Entenda os riscos do Projeto de Lei que pretende retirar o Brasil da Convenção 169
Você sabia que tramita na Câmara dos Deputados um projeto que pretende desobrigar o Brasil do cumprimento à Convenção 169 da OIT que garante aos Indígenas, quilombolas e povos e comunidades tradicionais o direito de autodeterminação sobre suas próprias vidas e territórios, entre outros direitos? O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 177/2021 de autoria do Deputado Federal Alceu Moreira (MDB-RS), pretende autorizar o Presidente a denunciar a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ou seja, caso aprovado, o Decreto Legislativo permitirá que Jair Bolsonaro retire o Brasil da Convenção que é considerada um dos principais marcos internacionais de proteção dos direitos dos povos tradicionais, sendo reconhecida em 23 países. A Terra de Direitos explica em uma nota técnica a importância da Convenção 169 da OIT para os diferentes modos de viver, fazer e criar e os impactos da aprovação dessa proposta para os direitos dos povos e comunidades tradicionais
Terra de Direitos, 20/07.

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