As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
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25/11/2020 | Ano 24
As notícias mais relevantes desta sexta-feira para você formar sua opinião sobre a pauta socioambiental
'Antes não era assim': juventude indígena do Rio Negro denuncia impactos das mudanças climáticas
Alerta aconteceu na IV Assembleia Eletiva do Departamento de Adolescentes e Jovens Indígenas da Foirn, em São Gabriel da Cachoeira (AM); relatos falam de sol mais quente e alteração do comportamento dos rios
Garimpeiros infectados de Covid-19 ameaçam o território Yanomami
"Hoje nós temos 1.202 casos confirmados de Covid-19 e 23 mortes na Terra Indígena Yanomami (TIY). O dados são do relatório da Rede Pró-Yanomami e Ye’kwana e do Fórum de Lideranças da TIY. Nós estamos muito preocupados porque essa doença está cada vez mais aumentando na nossa população. Os fatores que transmitem essa doença na terra indígena Yanomami são os invasores de garimpos ilegais, que cada vez mais vêm aumentando. Está agravando na Terra Indígena Yanomami também o aumento da malária. A gente lançou este mês o relatório “Xawara: rastros da Covid-19 na Terra Indígena Yanomami e a omissão do Estado” (...), que mostrou uma aumento de 250% dos casos nos últimos três meses". Por Dario Yanomami
Amazônia Real, 24/11, Blog Jovens Cidadãos da Amazônia.
Coronavírus: número de garimpeiros em Terra Yanomami quase alcança o de índios, alerta antropóloga
Invasão de garimpeiros, precarização da saúde e falta de controle da Covid-19 provocaram expansão alarmante do coronavírus em Terra Yanomami, disse a antropóloga Majoi Gongora à Sputnik Brasil. Segundo relatório produzido por rede de pesquisadores e líderes Yanomami e Ye’kwana, a pandemia do coronavírus avançou 250% em três meses dentro da Terra Indígena Yanomami. O documento, chamado "Xawara: rastros da Covid-19 na Terra Indígena Yanomami e a omissão do Estado", indica que o número de casos confirmados no território pulou de 355 para 1.202 entre agosto e outubro. Um dos motivos da rápida expansão da Covid-19 entre os indígenas é o grande número de garimpeiros que atuam na região, estimulados pela permissividade do atual governo com a atividade, denuncia a antropóloga
Sputnik News, 25/11.
Julgamento do caso Xokleng ameaça mais de 800 terras indígenas
Desastre. Esta é a definição de Brasílio Priprá, uma das lideranças do povo Xokleng, caso os povos indígenas saiam derrotados do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), que invoca o chamado “marco temporal”. Os primeiros prejudicados serão 490 famílias em Santa Catarina, uma das partes arroladas no caso Xokleng. Mas o alcance de uma decisão judicial negativa pode atingir mais de 800 terras indígenas em todo o país. O recurso, que seria julgado em fins de outubro, foi adiado pelo ministro Luiz Fux alguns dias antes da data marcada. Brasílio Priprá alerta ainda para uma questão nova que emergiu após Kássio Marques assumir seu cargo como novo ministro do STF. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, um declarado inimigo dos direitos indígenas, Marques pode pesar a decisão para o lado dos interesses da bancada ruralista
Amazônia Real, 24/11.
‘Proteger a floresta é uma responsabilidade da humanidade’
Ninawá Huni Kui, liderança que representa cerca de 16 mil indígenas, fala sobre Amazônia e a força dos seres sagrados. O povo Huni Kui é o mais numeroso do Estado do Acre, fronteira Oeste do Brasil, onde a Floresta Amazônica transborda para a Bolívia e o Peru, e Ninawá é uma das suas lideranças mais destacadas e atual presidente da FEPHAC, a Federação dos Povos Huni Kui do Estado do Acre, que representa os cerca de dezesseis mil Huni Kui (sendo que dois mil deles vivem no Peru) distribuídos por 116 aldeias e 5 municípios diferentes
Projeto Colabora, 24/11.
'Fui obrigado a entrar em terra indígena com um missionário’, diz servidor da Funai
Biólogo relata os conflitos com a ministra Damares e denuncia a ação de evangélicos para apagar tradições ancestrais; investida de religiosos contra isolados se intensificou com nomeações no governo Bolsonaro. Localizar, proteger e monitorar povos indígenas isolados e de recente contato no sul do Amazonas era a principal tarefa do biólogo Daniel Cangussu, que entre 2010 e 2019 foi coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Madeira Purus da Funai. Nos dois últimos anos em que ficou cargo, porém, ele passou a receber pressões para ir na contramão da sua função e organizar expedições de missionários evangélicos a um território indígena onde não deveriam entrar
Repórter Brasil, 25/11.
Número de indígenas eleitos para cargos municipais cresce 28%
A eleição de 2020 trouxe boas notícias para os povos indígenas do Brasil, que vinham enfrentando uma série de revezes sob o governo Jair Bolsonaro. Foram eleitos 237 representantes de povos originários para os cargos de vereador, vice-prefeito e prefeito, 28% a mais do que na eleição municipal anterior. E houve alta na representatividade das mulheres indígenas. Em 2016, foram eleitas 15 mulheres de povos originários no Brasil, 8% de todos os indígenas eleitos naquele ano. Em 2020, foram 41 mulheres eleitas, que representam 17% de todos os indígenas que terão cargos eletivos municipais a partir de janeiro. A expansão também ocorreu no número de candidatos indígenas de ambos os gêneros: havia o nome de 2.216 deles nas urnas neste ano, alta de 29% em relação ao último pleito municipal. Os dados, preliminares, foram compilados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e pelo Instituto Socioambiental
Deutsche Welle, 25/11.
Tribunal mantém suspensão de norma da Funai que afrouxa proteção de terras indígenas em Roraima
Em decisão nessa segunda-feira (23), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) manteve a suspensão dos efeitos da Instrução Normativa (IN) 09/2020 da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Roraima. A determinação atende manifestação do Ministério Público Federal (MPF) que, além de defender o direito dos indígenas às suas terras, alerta para acirramento de conflitos fundiários e da grilagem de terras no estado
MPF, 24/11.
“A esperança está na resistência” – Entrevista com Adriana Ramos (ISA) sobre as Queimadas no Brasil
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro diz que seu governo vai “continuar protegendo” a Amazônia, o Pantanal e todos os outros biomas e culpa indígenas, imprensa e ONGs pelas queimadas, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o número de incêndios registrados no país este ano já é o mais alto em uma década – 12% a mais do que o registrado em todo o ano passado, que já havia tido o pior resultado. O projeto Novos Paradigmas, uma parceria Abong, Iser Assessoria e Ibase, entrevistou a ambientalista Adriana Ramos, assessora do Instituto Socioambiental (ISA), sobre a grave situação ambiental que o país enfrenta
Observatório da Sociedade Civil, 24/11.
O Brasil que deseja o ‘desenvolvimento’ é o mesmo que nos incendeia
"Querem tornar cinzas tudo o que nos fortalece, numa violência contra os nossos povos que só faz aumentar; vivemos um momento de resistência pela vida. O Brasil é incendiário, é genocida. Querem destruir nossa história e nos apagar no presente, declaram guerras contra nossos povos desde a invasão de 1500, e agora tentam instituir um genocídio legalizado. Matam-nos quando nos tiram dos nossos territórios e quando nos afastam do motivo de nossa existência: proteger a floresta. As chamas consomem a nossa existência, o nosso futuro, o nosso passado". Por Alice Pataxó
Projeto Colabora, 24/11.
Judiciário tem mais de 283 mil ações sobre questões ambientais, aponta CNJ
Levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgado nesta terça-feira (24) aponta que o país reúne atualmente 283 mil ações sobre questões ligadas ao meio ambiente. Desse total, 54 mil processos são relacionados à Amazônia. Segundo o relatório do CNJ, o número inclui 110 mil ações relacionadas a danos ambientais e 41,5 mil casos de crimes contra a fauna e a flora. Na região amazônica, o maior número (17,8 mil) também é de processos ligados a dano ambiental. Só no Tribunal de Justiça do Pará, há 17,5 mil processos ligados a pautas de meio ambiente. Os dados vão orientar o Observatório do Meio Ambiente do Poder Judiciário criado pelo presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux. O órgão tem a missão de promover estudos e iniciativas que ajudem a Justiça a atuar para impedir retrocessos em matéria ambiental
G1, 24/11, Política.
Com advogados da AGU, Salles interpela 4 pessoas por críticas à sua gestão
O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) ajuizou, por meio da estrutura jurídica da AGU (Advocacia Geral da União), interpelações judiciais contra quatro pessoas na Justiça Federal em razão de textos críticos sobre a sua gestão no ministério. Um dos alvos até aqui conhecidos, conforme o UOL revelou em outubro, é o coordenador do Observatório do Clima, coalizão de organizações não governamentais, o ambientalista Márcio Astrini, por críticas que ele fez a Salles numa entrevista ao jornal "O Globo". Um levantamento agora feito pela coluna mostra que a mesma prática foi adotada por Salles contra o cientista Antonio Donato Nobre, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e os jornalistas André Borges, de "O Estado de S. Paulo", e Cedê Silva, do site "O Antagonista". Coluna de Rubens Valente
UOL, 24/11.
ONG apresenta ao MPF estudo sobre impactos das queimadas na saúde da população da Amazônia
Representantes da ONG Human Rights Watch apresentaram à Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF) o relatório “O ar é insuportável: os impactos das queimadas associadas ao desmatamento da Amazônia brasileira na saúde”. Publicado em agosto deste ano, o estudo avalia o impacto da poluição gerada pela fumaça das queimadas na saúde pública de quem vive na região. A análise considerou dados de 2019
MPF, 24/11.
AMAZÔNIA
Fogo na Amazônia deixa rastro de destruição por décadas
Estudo aponta que 30 anos após passagem do fogo pela floresta, emissões de gases do efeito estufa persistem devido à morte lenta das árvores. Período também não é suficiente para que mata se regenere. Entre galhos e folhas esturricados sobre o solo que abrigava uma área de floresta intacta, o cheiro de queimada ainda é forte. Próximo a uma das aldeias da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, vazios surgiram onde grandes árvores da Amazônia dominavam. "Depois que queima, tudo muda. Vai entrando um mato, uma capoeira… As árvores às vezes não queimam de uma vez, mas vão apodrecendo", conta Awapu Uru-Eu-Wau-Wau à DW Brasil sobre a experiência de assistir à morte da mata nativa. Além da paisagem arrasada, um outro efeito maligno e invisível perdura por décadas: a liberação de gás carbônico (CO2) para a atmosfera, o potente gás de efeito estufa acelerador das mudanças climáticas
Deutsche Welle, 24/11.
Brasil receberá até 25,5 mi euros de banco estatal alemão para Amazônia, diz governo
O governo federal informou nesta terça-feira a conclusão de um acordo que prevê a doação de até 25,5 milhões de euros pelo banco estatal alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) para um projeto de expansão de práticas sustentáveis nas cadeias da carne, soja e madeira na Amazônia. Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e Agricultura afirmaram que o montante será destinado ao programa "Inovação nas Cadeias Produtivas da Agropecuária para a Conservação Florestal na Amazônia Legal", lançado no final do ano passado, que engloba os nove Estados da Amazônia Legal
UOL, 24/11.

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